domingo, 15 de setembro de 2019

Hakhamim queridos-Akabia ibn Mahalalel

(Túmulo de Akabia)
"Dugma hishḳuha!", embusteiros!, disse o hakham.

Akabia ibn Mahalalel , foi um hakham da Galileia, portanto israelita nativo, que viveu provavelmente durante a segunda geração dos tanaim (relativo a eruditos do Tanakh i.e. Tora escrita), durante os I e II séculos.

Os judeus rabinicos não tem muito apreço por este sadiq que de sua juventude nada se sabe; não foi deixado referências explicitas sobre seus mestres e comparativamente poucas de suas palavras foram preservadas, isto não quer dizer que elas não existiram, mas em algum momento da história os reformadores e vencedores fariseus não quiseram preservar. Julgo que pelo motivo de ser contrário A religião dos rabinos e por se tratar de um saduceu.

Sua máxima era:

Reflita sobre três coisas e você não cairá em transgressão: Saiba de onde você veio, para onde você vai; e diante de quem você está destinado a dar uma conta e o acerto de contas. 'De onde você veio' - de uma gota fétida; 'para onde você vai' - para um lugar de vermes e larvas; 'e diante de quem você está destinado a prestar contas e calcular' - diante do rei de todos os reis, o Santo, bendito seja Ele! -Abot 3:1
A Mishnah o retrata como um homem que, sem medo e persistentemente, manteve opiniões sobre algumas alakhot mesmo nos casos em que diferentes tradições (tradição oral), eram mantidas pela maioria dos fariseus, porque as opiniões de Akabia se baseavam nas tradições que ele recebera de seus antecessores (os saduceus).

Em uma ocasião, a maioria farisaica exigiu que ele renunciasse a suas opiniões divergentes dos fariseus, mas ele recusou-se. 

Os fariseus lhe ofereceram suborno, para que, em caso de concordar com os fariseus, ele seria elevado à posição de presidente do Sinédrio, mas Akabia rejeitou a proposição, comentando: 

"Eu preferiria ser chamado de idiota a vida toda a ser um rashá (malvado) por um só momento".

Akabia ofendeu a Câmara de vereadores isabelitas e parece-me que por este motivo e não o outro apresentado no talmud; portanto recebeu a sentença de caret (isolamento, excomunhão).

Ele não se encurvou ao mal, mas suprtou a infâmia dos protos-rabinos até o fim de seus dias, em vez de violar suas convicções (de saduceu) de ser shomer Torá shebiktab(seguir a lei escrita).

Pasmem: Segundo um folclore dos rabinos antes de sua morte, ele exortou seu filho a se submeter aos pontos de vista da maioria farisaica, mesmo nos casos em que ele próprio havia mostrado uma oposição tão persistente.

Seu filho, expressando surpresa diante de uma inconsistência tão aparente, o sábio moribundo respondeu:

"Recebi minha tradição da maioria (saduceia) de uma escola em meus dias, assim como meus oponentes(fariseus).

Estava fadado a me conformar com a tradição que recebi; e assim estão vinculados à sua tradição, mas ouviste as tradições de mim mesmo(saduceu) e dos meus oponentes(fariseus), de uma minoria e de uma maioria, e é apropriado que rejeite as opiniões do indivíduo e adote os pontos de vista da maioria. " ( muitos risos)

Se ele era quem os seus detratores disseram ser, ele bem conhecia o passuq: 

"Nao seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda darás testemunho, acompanhando a maioria, para perverteres a justiça;"Ex.23:2

Noutro lugar o talmud se contradiz:

"Quando, no leito de morte, ele foi solicitado pelo filho a recomendá-lo aos sábios do chazal, ele se recusou a fazê-lo. Seu filho perguntou se seu pai havia descoberto nele alguma característica que o tornava indigno de tal recomendação; e a resposta de Akabia foi: "Não! mas suas próprias ações o farão bem-vindo, ou suas próprias ações o farão desagradável".

Outra característica de Akabia foi o grande valor que ele atribuiu ao mérito pessoal.

O decreto de excomunhão falhou em obscurecer a merecida fama de Akabia; pois seu nome alcançou gerações subseqüentes cercadas por uma auréola de glória que põe em dúvida o próprio decreto. "Deus não permita", exclama Judá b. Ilai (139-165), "que deveríamos pensar que Akabia foi excomungado, pois os portões do Templo nunca foram fechados atrás de um sadiq em Israel tão grande em sabedoria e no medo do pecado quanto Akabia ibn Mahalalel".

Segundo a tradição, quando ele morreu foi sepultado em Kfar Manda, na Baixa Galiléia .

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