quarta-feira, 22 de maio de 2019

E agora José? José para aonde?


Musa bin Maimun ibn Abdullah al-Kurtubi al-Israili, no seu tratado para Pirkei Abot , mostra os saduceus como ladrões do conhecimento (Gonvei Da'at) da grande nação judaica negando intencionalmente a interpretação rabínico fariseu da Torá Oral (Torá She be al Pe - Avoth, cap. 2).


Da mesma forma, no seu tratado de Mishneh Torah,  Musa bin Maimun ibn Abdullah al-Kurtubi al-Israili define os saduceus como "prejudicando Israel e fazendo com que a nação se desvie de seguir a HaShem" (Hilchoth Abodah Zarah 10: 2).

No livro "Mito do Paraíso Andaluz" de Darío Fernández-Morera podemos, extraír uma pérolas importantes: 



[...]Muitos qaraítas al andaluz foram subterrâneos, permanecendo em Castela como cripto qaraítas.



Não condenados, os líderes ortodoxos obtiveram novos edictos contra os qaraítas de Afonso VII (reinou 1126-1157) e afonso VIII (reinou em 1158-1214).



Quando Afonso VII reconquistou Calatrava, ele mudou a cidade um dos seus coletores de impostos, rabi Judah ben Joseph b. Ezra dos Toledo, que convenceu o rei católico a perseguir os qaraítas de al Andaluz. 



De acordo com o cronista Abraham Ibn Daud (ca.1110-1180). Rabi Ezra "perguntou ao rei se os hereges [Qaréos] não abriam a boca em toda a terra da Castela?"e o rei cumpriu o pedido dos rabinos e os saduceus-qaraitas de al andaluz foram subjugados e não puderam mais  levantar as suas cabeças. 



Sob Alfonso VIII, o rabino Joseph Ibn Al Fakhahr (também conhecido como Joseph Farissol, ou Farrizuel, e talvez também como Cidellus) e Rabi Toldros Abulafais (Toldros Halevi) e seu filho Joseph usaram sua influência para suprimir os saduceus de al Andaluz.



Depois, rabi Joseph contou: "meu pai e mais de memória abençoada seguiram os passos de meus avós em seu zelo para remover de nossas províncias as abominações dos hereges saduceus de al Andaluz até que ele conseguiu destruir sua fortaleza e derrubar por terra sua glória e no dia da ira da cólera de Deus, não haverá um remanescente quando ele executar o julgamento sobre eles e sobre os seus livros."

No século XIII, o célebre rabi e poeta Judá ben Salomão al Harizi (1165 Toledo - 1225 Aleppo) referiu-se aos saduceus-qaraítas como "insetos morais", "cismáticos", “aleijados”, "ilegítimos", "ladrões" e "seita de doentes ", em contraste com os ortodoxos, a quem descreveu como" Abençoados "e" Fiéis ".
O saduceu-qaraismo em al andaluz (Espanha) foi praticamente extinto.

Porém, durante a segunda metade do século 13º, o célebre Kaballista rabi Moses de León (1250-1305) escreveu uma carta pedindo a perseguição de alguns qaraítas que de alguma forma conseguiram sobreviver precariamente em Burgos católico. 

Pequenos grupos de qaraítas podem ter continuado a viver uma existência precária na Cristã Catalunha até o século 19º.

Muito embora , Musa bin Maimun ibn Abdullah al-Kurtubi al-Israili tenha nascido em Al Andaluz(Espanha), ele passou seus anos mais produtivos na terra do Egito, onde ele certamente entrou em contato com "qaraísmo fariseu" do Egito. 

Em seu comentário sobre a Misnah, Hullin 1: 2, Maimon mencionou a execução dos qaraítas[saduceus] como hereges nas "terras do Oeste" (bilad al-magreb-بلاد المغرب), que se refere aos Espanhóis que foram deportados [megorashim] em 1492 para as terras do al magreb. 

Muitos foram executados pelos islamicos e tribos berberes hostís; veja Joshua Blau, "Nosso Lugar".
(execução islãmica)
O Magrebe ou Magreb é a região noroeste da África. Em sentido estrito, inclui Marrocos, Argélia e Tunísia. O Grande Magrebe inclui também a Mauritânia e a Líbia. Na época do Império Romano, era conhecido como África menor.

De acordo com o escritor judeu Yosef Kaplan, em Amisterdã por volta do século 18, temos o testemunho do abade H. Gregorie que 50 famílias judeu portuguesas pediam as autoridades do governo de Amisterdã, que se lhes permitisse abrir uma sinagoga não rabínica (qaraita) na cidade, formarem uma comunidade separada e serem reconhecidas pelo governo como qaraitas. 

E este pedido foi negado! Lembro aqui que em Amisterdã havia a maior sinagoga rabinica-judeu-portuguesa da Europa, a Mekor Haim. Para os rabínicos era permitido, mas para os qaraitas ; rotundamente NÃO. 

O padre conta que: por desgosto, os judeus aderiram ao protestantismo como protesto para não se sujeitarem aos rabinos fariseus.

Mas, contudo; descendentes espirituais sobreviventes dos  antigos qaraitas de al Alndaluz vivem espargidos e  de forma precária, sem apoio dos qaraitas fariseus de Israel.

Quem pode negar? Está na história do degredo de al ghab para o NE setentrional do Brasil, está no sangue(DNA), está nos costumes e está em alguns grupos de marranos(anusim), que se apresentam como qaraítas, no Qarirí do Ceará, Sul do Ceará, Qariri Paraibano, Paraíba, Rio Grande do Norte, em Pernambuco, em Alagoas e Sergipe.
(Iluminura xilogravura de Ariano Suassuna - Paraíba)

A pergunta que não quer calar é: 

Você quer se apresentar como Qaraita al Andaluz? Sabendo que fomos perseguidos,escravizados, mortos, degredados, irreconhecíveis, tomaram nossas bibliotecas e livros de oração, e nossos irmãos "qaraitas fariseus", não precisam de nós para a sua caminhada já bem estabelecida na terra de nossos pais; Israel! 

Hão três caminhos a seguir:
1) Se converter como goy ao judaísmo fariseu e ter direito de aliah com goy convertido.

2) se converter ao caraísmo fariseu e ser um goy convertido de 2ªclasse [considerado assim por rabinos].

3) A mais difícil das três. Estudar história dos nossos antepassados, re criar nossas comunidades, re criar nosso rito al andaluz, nossos livros de rezas, construir sinagogas e escolas, formar lideres e difundir pelo Brasil que existe outro judaísmo e outros israelitas.

Um alerta:
"Cuidado com os "grandes aldrabões" que se passam por mestres caraítas! Tive informações que há "analfabetos culturais", que se apresentam como "rabinos caraítas" e até "sacerdote cabalista"(não existe judeu caraíta cabalista), mas na verdade são autênticos aldrabões que confundem a viabilidade de se oficializar uma comunidade séria de Qaraitas do Rito al Andaluz no Nordeste Setentrional do Brasil. Estes embusteiros não são descendentes de andaluzes, nem tão pouco tem uma agenda para o benefício dos que tem interesse comunitários de levantarem-se como qaraítas no exílio." 








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