Se diz em hebraico “Sefardi” plural “Sefardim”, entre os falantes árabes, espanhóis e portugueses se diz também “Lusos-israelitas”,” Espano-israelitas” e “Andaluzi” pois têm o seu nome derivado de Sefarad que é Espanha em hebraico e al-Andaluz na língua Árabe.
Nota:
1-Nem todo Judeu é hebreu ou bnei Israel.
2-Judá, no qual deriva o nome judeu, era um Bnei Israel; um israelita, não tinha nada a ver com a religião dos mestres fariseus.
Existe um folclore criado para acalmar os ânimos do anti-farisaísmo-judaísmo, por causa da suposta culpa de sangue por escolher Barabba Jesus (Mateus 27:17) ao invés do Barabba Jesus (1 Jo 5:5), que os “Judeus” já viviam na Península Ibérica deste os tempos do al Malik Sulayman.
Bar=filho e Abba = pai
Se especula que a cidade da Tarshishe ou Társis, mencionada nos ketubim (I Reis 10:22 e II Crônicas 9:21), como o local onde as naus de almalik Sulayman iam buscar prata, ficava na Espanha , segundo uns, ou na Sardenha, segundo outros...pura especulação.
O número de hebreus na Ibéria realmente é apreciável com a chegada dos “escravos de Jerusalém” (Nabi Abdias 1:20) trazidos pelos romanos quando da destruição do Beit sheni em 70 EC e depois por Adriano – Imperador Romano, que era de Espanha (os missionários e zelotas rabinos chegaram depois) e, principalmente a partir do Século 7º EC com a invasão das hordas dos Mouros e Sarracenos advindos do al Maghrebi e Bilad el Sudan em suas al Jihad islâmicas.
Na Espanha medieval os hebreus espanhóis falavam o mesmo linguajar ibérico que as populações cristãs da Península. Nos Séculos XI e XII, época do al hakim (hakham) Karaita (saduceu) Said Ibn AlTaras, formaram uma grande civilização (a Época de Ouro Hebreu-Espanhola). A partir de então passaram a adotar também sobrenomes espanhóis e portugueses, principalmente em função dos batismos na marra (forçados) durante a Inquisição para os cristãos novos.
Com a expulsão dos “Judeus” e “Hebreus” da Espanha e 1492 de Portugal em 1497 e dos mouros em 1609, levaram consigo, onde foram empurrados para o al Maghrebi, Bilad el Sudan, Cabo Verde, Angola, Guiné e Bissau, Nordeste do Brasil, Bizâncio, Amsterdã, Salônica, a sua linguagem latina que tomada do seu berço de origem, assumiria novo rumo evolutivo, mantendo , de um lado, formas estruturalmente arcaicas, e de outro, acrescentando palavras portuguesas, árabes, gregas, turcas, hebraicas ou aramaicas, além de neologismos próprios, e usando para a escrita o alfabeto arameu(Sírio)-hebraico.
Conservou, todavia, estreita identidade com sua co-irmãs espanhol, português de Andaluzia, seja pela etiologia, morfologia, sintaxe, fonética, semântica e gramática. A evolução do romance pelos Judeus emigrados iria dar origem ao Ladino, também chamado língua dos hebreus portugueses entre os hebreus da Grécia, Turquia, Romênia, Bulgária, sul da Iuguslavia, Albânia e até da Hungria , enquanto no norte do Marrocos uma variante seria chamada Haquitia, com mais influência do Árabe.
O Minhag (costume) saduceu andaluz ou sefaradita segue as tradições da Península Ibérica e do al Maghrebi, com a nova leva de escravos mulatos forçados África Ocidental (*) para as Américas (vide Slave Trade) principalmente, com seu canto triste (aboio) e variados pratos doces e salgados ricos em temperos e aromas, alem de misturar carne e leite que só se encontra entre nossa gente, de ascendência hebreu-saduceu da Ibéria e da África.
* "Outra controvérsia diz respeito a se houve ou não racismo dos sefarditas em relação aos mulatos e negros. Mark e Horta tendem a confirmar a opinião de Jonathan Schorsch, em Jews and Blacks in the Early Modern World (2004), para quem é possível verificar preconceitos raciais contra os negros desde o início do século XVII. Schorsch rejeita, com razão, a ideia de que o racismo, no sentido moderno, seja resultado da Ilustração no século XVIII. Nossos autores sugerem, porém, que as atitudes dos judeus em face dos negros, em especial aos mestiços ou mulatos integrantes da comunidade judaica, eram amiúde contraditórias, ora preconceituosas, ora tolerantes. Os sefarditas que retornaram de Petite Côte para Amsterdã, segundo os autores, exprimiam uma opinião bastante positiva em relação aos judeus de "pele escura", ao menos na primeira metade do século XVII. Interpretação similar foi sustentada por Tobias Green em "Amsterdam and the African Atlantic" (2008), que descreveu os sefarditas da Petite Côte como uma "comunidade aberta", que floresceu na África subsaariana e manteve forte ligação com seus anfitriões africanos."
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0002-05912013000100010