terça-feira, 30 de julho de 2019

Os saduceus voltarão!

A halakhá como a conhecemos é um produto do judaísmo farisaico. Ela tomou sua forma definitiva nas gerações imediatamente após a destruição do Segundo Templo e não foi totalmente aceita por todos, pelos remanescentes dos Saduceus e pelos judeus em todo o mundo como normativo até o final do 3º ou início do 4º século da era Cristã. 

A partir de então até a época moderna, a halakha começou a se tornar universal apenas a partir do final do século 18, exceto pelos separatistas do grupo dos fariseus; os caraítas.

Os saduceus eram eminentemente o partido do estado judeu, no sentido de que seu judaísmo era expresso principalmente pelas instituições políticas de um estado e pelas instituições religiosas, como o sacerdócio e o templo, que estavam intimamente ligados à condição de Estado.

Na falta de uma base política adequada, o campo de atuação dos saduceus finalmente desapareceu.
Significativamente, o último bastião da ideologia saduceia a Babilônia, onde as condições particulares da autonomia judaica fizeram do exilarcado um ponto focal para a sua expressão, mas até mesmo o exilarcado teve que chegar a um acordo com os chefes das academias babilônicas no decorrer do tempo e se tornou subserviente a elas.

O maior grupo dentro do rebanho judaico hoje e certamente o maior em Israel consiste naquelas pessoas que devem ser consideradas os herdeiros da tradição saduceia, mesmo que apenas parte desse status opere dentro da estrutura de um partido saduceu. 

Os neo-saduceus de hoje incluem aqueles judeus que procuram ser judeus através da identificação com a história, cultura e tradição judaicas, mas sem necessariamente aceitar o caráter autoritário da halakhá ou a centralidade da halakhá na definição de sua condição judaica.


Praticamente toda a atual liderança política de Israel e a maior parte da liderança judaica da diáspora também estão efetivamente dentro do campo dos saduceus. 

Os últimos tiveram que se unir a esse empreendimento principalmente em termos saduceus, embora tenham conseguido concessões da maioria saduceus com respeito à manutenção das normas farisaicas, porque para o campo dos saduceus a unidade judaica é suficientemente importante para justificá-los.

Além disso, a própria nostalgia dos saduceus pela tradição judaica torna essas normas mais aceitáveis, particularmente porque não têm nada viável para colocar em seu lugar.

O fato de que cerca de 4/5 dos judeus do mundo estão fora do campo farisaico, significa que um judaísmo saduceu irá desenvolver querendo os fariseus ou não. A única questão que está em aberto é qual será o seu conteúdo?

Uma vez que o próprio renascimento do campo dos saduceus está entrelaçado com o renascimento da expressão política do judaísmo através de um Estado judeu, os saduceus precisam de uma tradição política judaica baseada em seus princípios e propriamente judaica.

Sugerir que os saduceus precisam de uma tradição política judaica não é o mínimo para sugerir que os fariseus não precisam de um. Muito pelo contrário, assim como o judaísmo farisaico conseguiu absorver a ideologia e os símbolos da linha davídica e do ritual do Templo, as duas mais importantes tradições dos saduceus.

Para os saduceus recuperarem a tradição, eles devem não apenas aprender com sua experiência como judeus confrontando situações políticas, mas também beber profundamente de fontes preservadas pelos fariseus, no talmude; por exemplo. 



Boa semana.



segunda-feira, 22 de julho de 2019

"Hereges Justos" na média Edom-portuguesa

Torre Mudejar de Toledo-Espanha

Na semana passada vi um vídeo no "youtube", onde o português António Neto Guerreiro, fala sobre os "degredados"..."era bem pouquinho", diz o português...será?



É muito difícil, as pessoas abandonarem o senso comum imposto de geração em geração, desacreditando principalmente que os "Justos" de Jerusalém estiveram na Ibéria, na qual muitos dos nossos avoengos "degredados" para o Brasil foram testemunha ocular destes acontecimentos. 

Pesquisando um pouco, encontramos esta pequena pérola do povo judeu em Portugal.
"הלפיד / Ha-Lapid / O Facho (1927-1958) Editor: A. C. de Barros Basto (Ben-Rosh)
Orgão da comunidade Israelita do Porto. Foi o jornal da obra do resgate dos marranos Portugueses. Publicados 156 números entre 1927 e 1958. 
in Ha-Lapid N.1: "[...]Acaba esta Comunidade de acender este pequeno facho, que, com o favor de Deus, há-de iluminar o caminho a muitos transviados da Unica Verdade. A nossa divisa é Adonai li ve-lo irá (O Senhor comigo e nada receio) e por isso se Deus Bendito concordar com a nossa Obra, nós com o nosso esforço faremos, dentro em breve, o resgate redentor de milhares de portugueses que, ao norte do Tejo, vivem espiritualmente com umas vagafs remniscencias da religião dos seus antepassados." 

Encontramos na publicação HaLapid nº 126, pág.4 "Seitas que Haviam entre os Judeus Espanhóis". É um artigo que vale a pena um buscador da verdade, ler.

Link PDF abaixo

http://www.rebordelo.net/cripto-judaismo/halapid/n126/Ha-Lapid_ano19-n126-Shevat-Adar_5705_Jan-Fev_1945.pdf  




segunda-feira, 15 de julho de 2019

Alguns termos e agrupamentos..


Termos:

Israelismo: 

É uma escola abraâmica que defende a crença única e absoluta em YHVH e que sua revelação única foi dada através de Moisés na Torá escrita (que não admite adições ou subtrações) e a sua interpretação é literal (peshat), como os saduceus, betusianos e fariseus caraítas, ou ananitas do líder fariseu babilônico Anan ibn Dawid..

Caraísmo:
É uma escola babilônica "farisaica rebelde" ao talmud, que defende a crença única e absoluta em YHVH e que sua revelação única foi dada através de Moisés na Torá escrita (que não admite adições ou subtrações) e a sua interpretação é literal (peshat), como os saduceus, betusianos do período do 2º Templo Judeu, e seu suposto fundador foi o fariseu de Babel Anan ben David.

Saduceísmo, ou Partido dos Justos:

Escola judaica que defendia a crença única e absoluta em YHVH e que sua revelação única foi dada através de Moshe Rabbenu (نبي موسى), 'Ebed HaYa, Abi Hanebi'im zya"a na Torá escrita (חמשה חומשי תורה); que não admite adições ou subtrações e a sua interpretação é literal (peshat). Sua crença era centrada no templo, no sacerdócio, na Torá escrita, no nacionalismo e na possibilidade de viver a vida de acordo com a Torá e ética do Sinai.

Os detratores edomitas os pintaram como palhaços, burros, carnais, idiotas, ignorantes do Mikra, corruptos e sem crença em anjos, demônios, amuletos, gurus, magia, bem como detestarem a tradição magica do kabba'alah, de onde vem o termo "abracadabra".

Segundo o sitio do khabad; "Abra cidabra" em aramaico (o idioma no qual estão escritos o Talmud e o Zohar) significa "Eu criarei à medida que falo". Na "tradição" judaica existe a idéia de realmente criar coisas dizendo certas combinações das letras hebraicas, que contêm poderes criativos. Estes segredos estão contidos no livro Sefer Yetzirá. (O Golem de Praga, por exemplo, foi criado através da combinação de palavras místicas pronunciadas com o profundo conhecimento de seu criador, Rabi Yehudá Lowe, conhecido como Maharal.) É possível que a palavra abracadabra se origine desta tradição.

Os Betusianios: 
Foram uma escola judaica que seguia apenas os ensinamentos da Tora escrita. Foram um dos grupos que, séculos mais tarde, os caraítas da babilônia se inspiraram para forjar a escola dos fariseus caraítas.


Moisés ha Nabi: 
É realmente Moshe Rabbenu(نبي موسى), 'Ebed HaYa, Abi Hanebi'im zya "a. Ele é chamado de" Nosso Mestre ," Servo de Deus "e" Pai de todos os Profetas ". No calendário hebraico, ele nasceu no dia 6 de Adar 2368 e morreu no dia 6 de Adar 2488.

Gharb al Andaluz:
A região ocidental da Península era denominada Gharb al-Andalus ou "o ocidente do al-Andalus" (غرب الأندلس) e incluía o atual território português. De uma maneira geral, o Gharb al-Andalus foi uma região periférica em relação à vida econômica, social e cultural de Córdoba e Granada.


Al Andaluz:
Foi o nome dado à Península Ibérica - Sefarad (com a Septimânia) no século 7º, a partir do domínio do Califado Omíada (الأندلس), tendo o nome sido utilizado para se referir à Península independentemente do território politicamente controlado pelas forças islâmicas. 

Agrupamentos, e ou sites com escola similares aos saduceus/caraítas/betusianos no Brasil:

Tnuah Makor:



Diz no site que é uma instituição religiosa israelita que defende a aplicabilidade exclusiva das Escrituras Hebraicas na sua origem.

Tnuah Makor, Caixa Postal 14543, Rio de Janeiro 

Nota: o site esta desativado, mas mantém um perfil no facebook.

Comjuse:

Site de Bangu no RJ, o local parece não funcionar corretamente, mas mantém uma página no wordpress.

Caraitas Teo

Site muito curioso, antes praticavam o ebionismo; parece-me que abandonaram e agora mantém vários estudos de cunho biblista.

Israelismo Bíblico (CE):
Diz a página: "A Torah escrita, dada pelo Criador nosso D'us aos nossos antepassados israelitas por meio de Moshe é a única fonte sagrada que reconhecemos."

O líder chama-se Rabino Máximo Lins de Melo

A escola mantém uma página no facebook





Comunidade Bnei Mikra no Brasil
Esta escola mantém um site que diz:

Somos Bnei Mikrá Sefardim também conhecido em Andaluz (Espanha e Portugal) por judeus kareos, ou parte do que sobrou da nossa antiga comunidade ibérica exilada no Brasil. Hoje, trabalhamos para formar uma comunidade independente nos moldes dos tsadukim ou saduceus.


Estudantes Br da Universidade Caraita dos Estados Unidos
Uma página de "facebook" que recruta estudantes com intuito de treina-los para o processo de conversão, ensejando que o neófito, ao final possa ser classificado como um convertido (ger) .



Nota:Educação disponível é bom, sem dúvida, porém vejo com tristeza este tipo de informação, pois aparenta que não há ninguém no solo do Brasil apto a ensinar as pessoas que se interessam pela forma "Israelita Qara'im", e é necessário um fariseu-caraíta dos Estados Unidos vir para nos ensinar, como se não houvesse nada em nosso passado em Al Andaluz, que nos ligasse a Israel, ou que fossemos uns tapados.

Enfim, para quem interessar; possa:

Shabua tob!

terça-feira, 9 de julho de 2019

O Caminho dos Justos (Saduceus).

"Cedo ou tarde, você vai aprender, assim como eu aprendi, que existe uma diferença entre CONHECER o caminho e TRILHAR o caminho. (filme Matrix)"
Hoje vemos com profunda tristeza, inúmeras proibições ditando quem pode ser isto, ou pode ser aquilo, quando a competência final está em YHVH, que devemos todas a bençãos e louvores.

Vemos também supostos líderes, "protegendo" suas ovelhas das informações supostamente perniciosas, que desvinculam o culto ao "homem-deus", para o verdadeiro Deus-YHVH. Não que eu seja contra alguém adorar um defunto, cada um pode fazê-lo como quiser.


"Você precisa entender, a maioria destas pessoas não está preparada para despertar. E muitas delas estão tão inertes, tão desesperadamente dependentes do sistema, que irão lutar para protegê-lo." Morpheus filme Matrix
Ninguém deve tentar impedir a uma pessoa de saber de onde veio, quem ele é, e a quem vai prestar contas. Se  alguém impede, ao meu ver é um ato nefando.

Já tenho falado inúmeras vezes, que muitos nordestinos; ie, muitos brazilim, são descendentes diretos dos antigos israilim de al andaluz, outrora deportados de Jerusalém, depois da caída do Templo, e 1500 anos depois após receberam "downgrade" da condição de cidadãos para "escravos", pela elite política portuguesa, foram vendidos, deportados, humilhados e asnados, em terras estranhas de um povo estranho.

Já disse que os que vieram diretamente de Portugal, nas galés para trabalhos manuais, foram analfabetizados e separados de suas famílias para melhor controle, mantiveram suas cútis pardas.

Os bini, ainda infantes, que foram para o Cabo Verde, acabaram por gerarem filhos com os do Bilad al Sudan, e perderam a cor(filhos e netos), para posteriormente serem embarcados para a manufatura açucareira como escravos negros. 

Os megorashim, que chegaram ao Magrebi; os que porventura tiveram pouca sorte, acabaram vendidos como escravos para o leste e oeste. Alguns desceram para o reino Songai e tiveram filhos com os do Bilad al Sudan, e posteriormente seus netos negros, foram embarcados para as Américas, através do Slave Trade in Atlantic Sea.

Sempre eu rezo para que alguém conteste com provas, que houveram degredados "brancos portugueses(aforismo)", bem como "escravos negros"(aforismo) do Mali para as terras de Santa Cruz.

Qual é o mal em saber que você faz parte dessa gente sofrida? 

Se você desejar:
Participar do partido dos justos de Jerusalém;
Não ser um idólatra, seguidor da divindade ISA, ou Jesus, ou Ishua;
Ser um Qaraita(Leitor do Tanakh) gentio;
Ser um Qaraita(Leitor do Tanakh) israelita;
Ser um Qaraita(Leitor do Tanakh) marrano;
Ser um Qaraita(Leitor do Tanakh) anusi;
Ser um Qaraita(Leitor do Tanakh) Males;
Ser um Qaraita(Leitor do Tanakh) negro;

Quem poderá dar um selo de t'shubah na tábua de teu coração?

Um hazzan Russo? Um rabino da Criméia? Um rabino do Egito, que nem sequer respeita tua origem e tua língua ( português-espanhol) ?

Para isto é que o Qaraísmo é "universal". Para que o gentio negro, gentio branco, israelita escravo e o não escravo, para o fariseu arrependido, para todo perdido da casa de Israili possa ler e aprender a lei de Moshe ie as palavras de nosso Deus-YHVH e tenha vida.

Boa semana!